quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

As Tautologias Fundamentais do Ser






O que é, é.
O que não é, não é.
O que está, está.
O que não está, deixe estar.
Uma coisa não é outra coisa.
Muito pelo contrário.
Uma coisa é uma coisa.
Outra coisa é outra coisa.
E a mesma coisa é tudo a mesma coisa.
Tudo que sobe, sobe.
Não necessariamente desce. Às vezes até desce.
Agora, tudo o que desce, desce.
Eu sou eu mesmo, e vice-versa.
Você é você mesmo, e não outro alguém.
Outro alguém é outro alguém.
Mas nós somos nós.
E eles são eles, veja bem.
Ou seja, todo mundo é todo mundo.
E ninguém é ninguém.
Ninguém é de ninguém só se ninguém for de si mesmo.
Se ninguém é de ninguém, alguém é de alguém?  
Talvez.
Quem foi, foi. Quem não foi, perdeu.
Pois o que foi, já era.
Um sapo cururu é um sapo cururu.
Não se pode ser claro o bastante a respeito.
Um sapo cururu não é um cinzeiro.
Um sapo cururu não é um Boeing 737.
Um sapo cururu não é um projeto de emenda constitucional.
Um sapo cururu é um sapo cururu.
Não é o sentido da vida, não é o segredo da felicidade, não te faz melhor do que ninguém.
O mesmo se diga dos elefantes, do trabalho, das cigarras, de um casamento ou da política externa.
A política externa não é um sapo cururu, nunca se esqueça disso.
Nem um Boeing 737.
Nem um projeto de emenda constitucional.
Do mesmo modo,
Um homem é um homem.
Uma mulher é uma mulher.
Um menino é um menino.
E um jacaré é um jacaré.
Agora, se o homem é homem,
Se a mulher é mulher,
Se o menino é menino,
Se o jacaré é jacaré,
Sei lá eu!  
Ora porra.
Eu só sei o que eu sei.
 E o que eu sei, eu sei.  
O que eu não sei, não sei.
O que eu gostaria de saber é o que eu gostaria de saber.
O que eu não gostaria de saber, eu não gostaria de saber.
Não sei se o que eu sei é o que eu gostaria de saber.
Ou se eu sei o que eu não gostaria de saber.
Posso até querer saber o que não sei.
Mas é difícil querer não saber o que já sei.
Posso tentar esquecer, pelo menos.
Se eu me lembrar de fazer isso depois.
Só sei que saber que nada sei já é saber alguma coisa.
Ou seja, eu não sei que só sei que nada sei.
Eu sei que sei.
Eu não sei de nada nem de tudo.
Mas voltando,
Uma mentira é uma mentira.
Uma verdade é uma verdade.
Um tolete é um tolete.
E por incrível que pareça, um chinês anão é um chinês anão.
Eu confesso que nunca vi um.
Mas talvez exista.
O que talvez exista, talvez exista.
Mas o que quer que seja, é o que quer que seja.
Não o contrário.
Resumindo:
Tudo é tudo.
Nada é nada.
Tudo não é nada.
Nada não é tudo.  
O Kant é o Kant.
E aquele menino ali é aquele menino ali.
Desce daí, menino véi!  

2 comentários: